Neste estudo, interessa-nos compreender discursivamente as condições de produção da luta das mulheres americanas negras pela igualdade de direitos, no Século XIX. Temos como objetivo geral analisar o discurso de Truth, buscamos estabelecer um diálogo constante entre teoria/método/procedimento analítico e objeto, tal como se espera de uma pesquisa que se inscreve na análise de discurso materialista. Para desenvolver este estudo, filiamo-nos à análise de discurso materialista, tal como proposta por Pêcheux, na França, e Orlandi, no Brasil. As noções de condição de produção e de discurso fundador compõem o dispositivo teórico-analítico. O material selecionado como corpus desta pesquisa é o discurso “E eu não sou uma mulher?, proferido por Sojourner Truth, produzido em 1851, na Convenção dos Direitos da Mulher nos Estados Unidos. Ao analisar o pronunciamento de Truth, buscamos compreender a inscrição de sua posição sujeito na história e nas redes de memória do movimento feminista negro americano investigando o funcionamento de seu pronunciamento como o discurso fundador no/do jogo de relações de poder e de relações de força da/na luta das mulheres negras.
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